segunda-feira

Web cresce sem lucro nos países em desenvolvimento

Apesar de registrarem seus maiores crescimentos de audiência nos países em desenvolvimento, sites como YouTube e Facebook ainda não estão comemoram resultados do ponto de vista comercial. Mesmo sendo uma boa notícia, esse notável aumento no número de usuários também é uma das grande preocupações dessas e de outras empresas da web que dependem dos lucros com publicidade para sobreviver.

Segundo notícia publicada pelo New York Times, o motivo dessa contradição seriam os altos custos de operação dessas regiões. Em países como Índia, Brasil e Turquia, onde esse serviços já dobraram o número de usuários, as companhias precisam de mais servidores para que o conteúdo seja disponibilizado, mesmo que serviço da banda larga seja limitado. Além disso, essas regiões geram menores resultados com publicidade online.

Em sites de compartilhamento de vídeos e fotos, e nas redes sociais esse problema chega a ser mais grave. No último ano, o Veoh, portal de vídeos operado em San Diego, bloqueou seu serviço para os usuários da África, Ásia, América Latina e Europa Oriental.

Segundo Dmitry Shapiro, o executivo-chefe da companhia, esses usuários consomem muita capacidade dos servidores para pouco retorno financeiro. "Eu acredito em uma comunicação livre, mas essas pessoas são 'famintas' por este conteúdo. Eles se sentam e assistem, assistem, assistem. O problema é que isso consome a capacidade da banda. Além disso, é muito difícil obter receita a partir deles", completou Shapiro.

Baseados no modelo mundial de construção de grandes audiências globais com serviço gratuito e faturas pagas apenas com a publicidade, muito desses serviços sentiram a realidade da economia global. Mesmo existindo 1,6 bilhões de pessoas com acesso à internet no mundo, menos da metade delas possui renda suficiente para atrair grandes anunciantes.

Para Michelangelo Volpi, CEO do Joost, esse é um problema que toda empresa de internet tem. "Sempre que você tem uma grande quantidade de material sendo acessado pelos usuários, sua banda também está sendo utilizada na Ásia, no Oriente Médio, na América Latina, onde a banda larga é caro e as taxas de publicidade são ridiculamente baixas. Se as empresas de web realmente querem ganhar dinheiro, elas devem bloquear seus serviços em todos os países", completou Volpi.

Para não tomarem medidas drásticas, muitas empresas estão buscando formas diferentes para oferecer seus serviços nos países em desenvolvimento. Uma nova versão do MySpace está sendo desenvolvida para os países que possuem ligação com a internet mais lenta. Com 45% da sua audiência concentrada fora dos EUA, a nova versão do site deverá ser utilizada principalmente na índia, onde o serviço possui cerca de 760.000 usuários.

Já o YouTube e o Facebook, estudam diminuir a qualidade dos seus vídeos e fotos como forma de reduzir as despesas. De acordo com Tom Pickett, diretor de vendas e operações on-line no YouTube, a possibilidade de restrição de banda em certas regiçoes também não está descartada. "Podemos optar por definir um limite para o quanto estamos dispostos a pagar em custos de banda", disse Pickett.

Ainda assim, alguns empresários ainda lutam contra a idéia de restringir seus sites em grande parte do mundo. "A parte de mim que quer mudar o mundo diz, 'Isto é injusto, não deveria ser assim. Por outro lado, olhando pelo lado dos negócios, disponibilizar vídeos para todo o mundo é insustentável neste momento", completou Shapiro.

>Com informações do New York Times<

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