O Google perderá em 2009 cerca de US$ 470 milhões, o equivalente a 365 milhões de euros, por causa do YouTube. A informação é do jornal espanhol El País, baseada na análise do analista Spencer Wang, da CreditSuisse.
O portal de vídeos mais popular da internet ainda sofre com a contradição de ser sucesso de audiência, mais de 100 milhões de usuários durante o mês de janeiro nos EUA, e um modelo de negócios que ainda não é rentável.
Recentemente, o YouTube fechou uma parceira com a Disney para exibir vídeos da companhia. O acordo envolveria videoclipes da Disney e conteúdo da ESPN. E nesta segunda-feira (06/abr/09) também foi divulgada outra parceria com a Sony, para exibir filmes completos no site de vídeos.
A pergunta é se o Google, que exerce um monopólio de fato no mercado publicitário na internet, não é capaz de gerar benefícios com a publicidade do seu próprio portal de vídeos, quem poderá fazer?
Segundo os cálculos realizados pela firma Credit Suisse, o YouTube não consegue cobrir o que paga por royaltes, nem mesmo com a sua receita publitária (US$ 182 milhões por 191). Ainda é preciso somar os US$ 399 milhões que ele paga pela largura de banda na web consumida por seus 100 milhões de usuários espalhados pelo mundo.
Um canal de distribuição
De qualquer forma, o gigante da internet continua com sua aposta no vídeo na internet e negocia com a Sony Pictures para converter o portal em mais um canal de distribuição de filmes do estúdio. Desta maneira, o YouTube poderia oferecer um serviço de vídeo onde os usuários pagariam para assistir uma série de conteúdos Premium.
A companhia já firmou acordos com outras páginas, como o Hulu, mas dificilmente poderá oferecer ao YouTube mais do que 15 filmes com exclusividade. Além disso, a Sony conta com sua própria página de vídeos, a crackle.com, onde os usuários podem ver alguns filmes e seu futuro é tornar-se o canal online da Sony.
Talvez, como aponta o site News.com, o erro do Google tenha sido ignorar os pedidos de Hollywood para controlar seus conteúdos sujeitos a direitos autorais, que os usuários colocavam no site de vídeos. As principais empresas tiveram tempo para pensar e encontrar seus próprios modelos de distribuição online.
A história poderia se repetir, dessa vez com os meios de comunicação, que vêem como o Google arrecada milhões e milhões de euros graças aos conteúdos que eles geram.
A defesa da gigante companhia digital parece clara e insiste mais uma vez: eles trabalham como intermediários e oferecem aos produtores de conteúdo milhões de visitas a cada mês. Sem essa intermediação, os usuários nunca conseguiriam chegar a esses sites.
Contudo, a paciência dos geradores de conteúdo parece ter chegado ao fim. Primeiro, foram os jornais belgas que conseguiram que suas notícias não aparecessem no Google News, posteriormente, a imprensa francesa pediu ao gigante da internet, um acordo para compartilhar as receitas publicitárias.
Agora, o magnata da comunicação Rupert Murdoch e a agência Associated Press. O primeiro ataque foi contra o modelo de negócios do Google News, o segundo, foi ainda mais longe, e anunciou que vão entrar com ações legais contra quem utilizar suas informações sem pagar o preço correspondente.
_Fonte: El País
quarta-feira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário